Gears of War 3: História mais densa e mimos para quem encarar a versão Beta

Gears of War 3: História mais densa e mimos para quem encarar a versão Beta

Sejamos francos: Gears of War tem a sua imagem sustentada por pilares muito bem definidos. Trata-se de um blockbuster de ação inequivocamente orientado para despejar litros de sangue (e nojeiras afins) através de uma miríade de cenários tão devastados quanto hostis. Mas, ei! Isso não quer dizer que a história desenvolvida pela Epic não garante alguns momentos genuinamente novelescos, certo?

Mas para quem ainda acredita que a história aqui é meramente coadjuvante, o produtor executivo da franquia, Rod Fergusson, tem uma boa indicação: confira a famosa cena da morte de Maria (esposa do personagem Dom) em Gears of War 2. “Nós fomos bem sucedidos na cena em que Maria aparece”, afirmou Fergusson em entrevista ao site Eurogamer.net.

A prova disso é um tanto controversa, é verdade. Mas faz algum sentido: o ápice dramático do jogo levou muitos jogadores às lágrimas. “Se você estava desejoso por entender o que se passava no jogo, e se você queria tomar parte na história em vez de passar direto por todas as animações... Muitas pessoas foram afetadas pela cena em que Maria aparece”.

E, aparentemente, não são poucos os chorões. “O postagem da cena no Youtube e a lista de todas as pessoas que afirmam que choraram, e quanto eu estava na Comic-Com, eu disse: ‘levante a sua mão se você chorou na cena em que Maria morre’, e cerca de um terço da plateia levantou a mão”, comentou Fergusson. “Então eu pensei, ‘ok, nós claramente alcançamos algumas pessoas’”.

Não que o dramalhão represente o máximo das capacidades literárias da Epic, é claro. “Se eu penso que esse é o pináculo da nossa habilidade de contar histórias? Não. Mas foi um bom momento”.

De acordo com Fergusson, uma pesquisa conduzida pela própria desenvolvedora revelou que os jogadores de Gears of War estão bastante satisfeitos com a dosagem de história e ação encontrada na franquia — em outras palavras, emoções e bombas bem distribuídas ao longo de uma ótima jogabilidade. “Você tem que encontrar o ritmo”, disse o executivo. “Quando nós fazemos pesquisas de satisfação entre os consumidores, fica sempre comprovado que o ritmo é algo bastante satisfatório.”

E ele continua: “Gears [of War] 1 foi para nós uma cinema pipoca arrasa-quarteirão. A ideia era produzir algo no estilo de Independence Day ou Predador. Não deveria ser nada realmente profundo. Nós apenas queríamos uma quantia suficiente de história para sustentar a ação”.

Gears of War 2 de um passo além em relação à trama, é claro. Mas o aprimoramento deve continuar. “Em cada [nova] edição nós nos tornamos mais confiantes e melhores em relação à nossa capacidade de contar histórias, seja no aspecto técnico — as nossas animações em Gears of War 3 são muito melhores do que nos dois primeiros títulos — ou na capacidade de escrita, com Karren [Traviss, autor dos romances da série] criando personagens cada vez mais profundos”.

Gears of War 3: Uma conclusão para a história

Em suma: “Nós estamos constantemente melhorando. Nós nos tornamos melhores e melhores”. A despeito do aprimoramento da capacidade de contar histórias da Epic, Gears of War 3 deve mesmo trazer um foco maior para o modo campanha, segundo afirmou o produtor.

O jogo se passa 18 meses após a queda da cidade de Jacinto, colocando o que restou da humanidade à beira da extinção — de fato, os poucos remanescentes são forçados a viver em uma ilha enquanto os Gears tentam despachar a ameaça Locust de uma vez por todas. “É a maior campanha que nós já fizemos, e isso é garantido pela extensão da história que nós estamos colocando”.

Ademais, a introdução do modo cooperativo para até quatro jogadores conferem uma boa chance de explorar as personalidades de cada personagem, algo apenas suplementar nos primeiros dois títulos. Pela primeira vez você poderá jogar como Cole, e não terá Marcus ou Dom em volta. Dessa forma, será possível experimentar as emoções de Cole, e também conhecer a história sob a sua perspectiva”, concluiu Fergusson.

 Motivos para jogar a versão Beta

A Epic revelou recentemente que itens exclusivos estão reservados para quem resolver tentar a sorte na versão Beta multiplayer de Gears of War 3. Mas também ficou bastante claro o motivo pelo qual foram acrescentados os mimos. Segundo a produtora, são “cenouras”, cujo objetivo é atrair os jogadores, fazendo-os permanecer durante o maior tempo possível... O que representará um excelente feedback.

Entre os itens desbloqueáveis estão a medalha Beta Tester, um traje de Trashball para Cole e uma versão dourada da famosa metralhadora do jogo (Gold-Platter Retro Lancer).

A medalha é reservada para quem jogar pelo menos uma partida da versão Beta. Já o traje de Trashball exige pelo menos 50, embora o desbloqueio para uso no jogo exija 10 partidas no controle de Cole. Já a versão exclusiva da metralhadora, considerada pela Epic como o maior símbolo da devoção de um fã da série, somente é desbloqueada após 90 partidas. Para desbloqueá-la para utilização no jogo, é necessário abater 100 adversários.

Segundo o produtor executivo da franquia, Rod Fergusson, os itens representam ainda um apelo para o “ego” dos jogadores. “Existem diversas formas para lidar com sustentabilidade, a fim de manter as pessoas jogando por mais tempo”, afirmou Fergusson em entrevista ao site Eurogamer.net. “Mas nós temos que olhar para quais knobs nos devemos girar e quais ferramentas nós temos”.

Ele continua: “Nós estamos tentando ligar os aspectos de orgulho e prestígio [garantido por itens exclusivos]. Algo como, ‘ei, você não quer mostrar que tomou parte do Beta ostentando um visual exclusivo?’”.

Dessa forma, a Epic espera manter os jogadores ligados à versão Beta pelo tempo que for necessário para que se gere um bom feedback. “De fato, o que nós mais queremos obter com o Beta são dados”, disse o produtor. “Nós precisamos saber o quão difícil é utilizar o Active Reload, ou se os mapas estão bem balanceados. A única forma de saber isso é colocando as pessoas para jogar”.

Por fim, a desenvolvedora espera ter bastante tempo para corrigir eventuais escorregadas que possam ser reveladas pelo Beta. “Nós podemos mudar praticamente qualquer coisa”, explica Fergusson. “Desde os layouts dos mapas até o poder de fogo das armas”.

A versão também servirá para testar servidores e demais questões técnicas, o que, segundo Fergusson, representa algumas dificuldades quando se trata de consoles. Em suma: lançar versões não definitivas é mais natural para jogadores de PC, plenamente acostumados a personalizar os recursos à sua própria maneira. Donos de consoles, por outro lado, podem acreditar que o objetivo final da versão é “testar a qualidade do jogo” — algo até bastante aceitável, diga-se de passagem.

A versão Beta multiplayer de Gears of War 3 trará quatro mapas: Trashball, Checkout e Old Town. Para garantir o seu passe, é necessário efetuar a pré-compra das versões Limited ou Epic do jogo. O período de testes vai do dia 18 de abril ao dia 15 de maio.